As
pessoas que lidam e tratam crianças com doenças terminais devem ter sempre em
consideração que estas sabem o que lhes está a acontecer. Por isso, o melhor a
fazer é deixar que sejam elas a ditar as regras, ou seja, se querem falar,
ouvi-las, se querem estar sós, devemos as deixar, se querem chorar ou rir
deixamos que o façam. Devemos tentar ser verdadeiros. As crianças doentes têm
um “radar” que lhes diz quando os outros estão a ocultar a verdade. Devemos
tentar escutar. Devemos tentar compreender. Lidar com a morte a aceitá-la como
parte da vida é mais fácil para as crianças do que para os adultos. Isto talvez
se deva ao facto de na sua inocência as crianças aceitam a aprendizagem da
morte tal como aceitam qualquer outra coisa que lhes seja ensina. Confiando,
sem experiencia da vida a criança não percebe o que perde com a morte e por
isso a maior parte das vezes estará melhor preparada para lidar com o tempo que
lhe resta do que olhar para o tempo que nunca terá.
Elizabeth
Kubler-Ross menciona num dos seus estudos sobre o luto que nos dormitórios de
crianças dos campos de concentração onde ela trabalhou durante a Segunda Guerra
Mundial as paredes estavam cobertas com desenhos de borboletas. A autora
acredita que essas crianças nos queriam deixar uma mensagem de esperança.
Talvez
possamos aprender com a mensagem deixada por estas crianças.
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